agosto 07, 2012

PAGANDO AS CONTAS III

Mais uma ilustração que fiz para um informativo institucional da Universidade Federal Fluminense. O tema da vez é juventude e homoafetividade. Gostei bastante do resultado, e vou mostrar aqui um pouco do processo de construção da ilustra, na tentativa de te enganar e fazer você acreditar que isto é um passo a passo bacanudo. Já está se sentindo enganado?
Depois do briefing, saí com uma ideia bem definida do que seria a ilustração da capa. Pensei em dois rapazes de mãos dadas andando pela calçada do campus do Gragoatá, mostrando somente a parte baixa de seus rostos (pra evitar qualquer tipo de definição), com livros e mochilas e outros elementos universitários, além de algumas pessoas ao fundo. Fiz alguns rabiscos com a caneta bic e optei por este:


Fui pra prancheta e comecei a desenhar em uma folha A4. Mudei um pouco a roupa do rapaz da direita enquanto eu o rabiscava, pra deixá-lo com uma aparência mais sóbria e careta, contrastando com o outro rapaz, cujo visual é mais estiloso e descolado. Dei a ele uma camisa de botões e tirei os adereços do braço. Minha maior preocupação era evitar cair no estereótipo e no lugar-comum.


Resolvi mudar o cenário e desenhei um bloco do Campus, ao invés da calçada, pra dar um clima ainda mais universitário. Coloquei, ao fundo, uma menina carregando seus livros nas mãos e arte-finalizei tudo.


Hora de sacar o computador, a tablet, a coca-cola, os fones de ouvido e sentar pra colorir a ilustra. Não usei uma paleta específica aqui, mas optei por cores bem leves e bastante chapadas.


Esta é a ilustração pronta. Note que, por uma decisão editorial, tive que retirar a identificação do bloco do Campus e do livro que está na mão do rapaz da direita. Usei as cores pra encobrir tudo. Clique na imagem pra ampliar.


E aqui, uma edição já impressa do informativo.


Confesso que gosto bastante de produzir estas ilustrações. Apesar de uma ou outra interferência, tenho muita liberdade pra fazer as coisas do meu jeito, opinando ou modificando como eu julgar necessário. Tentei, com esta ilustra, ser o mais respeitoso possível com um tema já bastante delicado, que não precisa de mais estereótipos ou deturpações. Espero, sinceramente, ter conseguido alcançar este objetivo.
Um abraço! . 

maio 03, 2012

FONTE "VINTAGE"?

Quando eu penso em quadrinho autoral, me vem à mente uma página feita todinha à mão. Toda rascunhada, arte-finalizada, balonizada e letreirizada (e muitas vezes colorizada) pelas próprias mãos do artista que a idealizou. Quadrinho autoral, para mim, deve refletir a individualidade e a subjetividade do autor. Talvez por isso, torço o nariz todas as vezes que vejo interferências alheias ou técnicas industriais em trabalhos ditos autorais
Obviamente que a coisa não funciona assim. Quadrinhos, na maior parte das vezes, são um produto industrializado destinado a comercialização e geração de lucros, tanto quanto um eletrodoméstico qualquer, e isso reflete também na produção autoral. É só notar o quanto alguns trabalhos de autor estão cada vez mais parecidos com as HQs feitas em regime de linha de produção das grandes editoras, como a Marvel e a DC.  
Quando faço uma história, tento sempre fugir disso. É claro que a estética e a linguagem são as mesmas, mas tento fazer a história o mais artesanal possível, mais individual e subjetiva possível. Faço os balões e as onomatopeias sempre à mão. Dependendo da história, às vezes dispenso a régua e faço os requadros e também as retas dos desenhos todas manualmente. Mais importante: faço sempre as letras à mão. Sempre. Diferente da maioria, não uso o Photoshop para letreirizar os balões (muito raramente o faço nos títulos de algumas histórias), porque nada me dá mais a impressão de um quadrinho autoral do que a fonte da letreirização feita pelo próprio autor. 
Dá só uma olhada na imagem abaixo. 


Abaixe essa arma, rapaz, porque a questão não se resume apenas a isso. Eu mesmo já desenhei roteiros de autores que foram letreirizados no PS por uma terceira pessoa e colorizada por uma quarta. Embora feita no esquema industrial, não dá pra dizer que não é um quadrinho autoral.  Sem contar que existem vários quadrinhos de autor feitos em duplas, ou em equipes, com técnicas artesanais ou no computador - algumas HQs feitas COMPLETAMENTE no computador.
Mas só tenho mesmo a sensação de estar lendo um quadrinho autoral quando vejo uma página feita todinha à mão. Inclusive as letras.
Um abraço. 

abril 13, 2012

HISTÓRIA CURTA




Algumas imagens de uma história curta que acabo de terminar, e que será disponibilizada na web em breve.
Aguarde mais informações sobre isso.
Abraço.

abril 10, 2012

Seu Madruga no Instagram?

Você já deve estar ciente da polêmica sobre a abertura do Instagram, o aplicativo coqueluche hype até então exclusivo para o IPhone e que virou sinônimo de status na net, para usuários do Android. Tem um milhão de links no Twitter para artigos em sites e blogs que destrincham o assunto e trazem informações sobre a polêmica. Não discorrerei, portanto, sobre a polêmica em si.
Eu não dava a mínima importância para o aplicativo, até começarem a pipocar na timeline do meu perfil do Twitter centenas de fotos com os filtros vintage do Instagram de desenhos, páginas de quadrinhos ou etapas de produção de desenhos que os artistas que sigo tiravam e postavam. Comecei a achar legal demais tudo aquilo e passei a me interessar pelo aplicativo e pelas belas imagens que ele pode proporcionar. 
Mas havia um problema. Ele era exclusivo para proprietários do IPhone! E eu, que sou um baixa-renda assumido, obviamente não tinha um. Na verdade, sempre fui da opinião que pagar 2 mil dinheiros em um celular que faz praticamente as MESMAS coisas que um outro que custa 400 era muita burrice. Nada contra quem o faz, mas dou um certo valor ao pouco dinheiro suado que ganho com muito trabalho para esbanjá-lo assim. Me restava utilizar filtros de aplicativos genéricos como o FXCamera (que supre bem a necessidade, diga-se!) para alcançar um resultado similar ao dos artistas que faziam uso do Instagram.
Mas eis que, há pouco menos de uma semana, a ganância dos administradores do aplicativo falou mais alto que as reclamações da elite IPhônica e o Istagram abriu suas portas para usuários do sistema Android. E eu, baixa-renda assumido, resolvi chamar o maior representante latino-americano da classe social dos baixa-rendas para registrar minha opinião sobre o mimimi generalizado na rede do passarinho azul. 
Fala aí, Seu Madruga!


Não preciso dizer que usei filtros do Instagram nessa foto, preciso?

abril 03, 2012

NEEB

Só pra tirar as teias de aranha do blog, fique aí com uma fan art jogo rápido que eu fiz da bacaníssima NEEB, HQ do classudo Eduardo Medeiros. Desenho feito durante o expediente, direto na bic azul.
Você também pode ver esta (e outras) fan art no blog do Edu.


Abaixo, a capa da NEEB, que ainda está à venda. Eu já tenho a minha. E você?


E postarei em breve mais coisas sobre uma HQ que estou finalizando.
Espere e verás!
Aquele abraço efusivo.