Conforme prometido no post anterior, falo agora sobre o phodástico evento RIO COMICON 2010, que aconteceu semana passada na Estação da Leopoldina, aqui no Rio. Você já deve estar cansado de saber sobre a convenção, presumo até que você esteve lá (se não esteve, deu mole), mas caso isso soe grego para seus ouvidos, leia aqui uma excelente resenha escrita pelo Sidney Gusman (um cara bastante simpático, com quem conversei no evento), do Universo HQ, com análise de prós e contras que só os analistas conseguem escrever; ou leia aqui outra boa análise, escrita por Gabriel Bá, cujo estande era um dos mais procurados com filas constantes ávidas por um autógrafo ou uma foto.
Pois é, a COMICON foi ducarálho, deu pra conhecer e conversar com um monte de gente que gosta e faz quadrinhos, estar ali no meio de outros que curtem as mesmas coisas que você, falar do assunto com pessoas que não te olham como se estivessem encarando um nerd ou um gurizão que não cresceu. O melhor de tudo foi constatar a situação do mercado quadrinhístico, a realidade financeira que interessa e fazer contatos que possam gerar resultados.
Claro, num evento como esse não dá para voltar para casa com a mochila vazia:
Deu pra aproveitar bastante. Participei de uma oficina (uma das muitas disponíveis) sobre narrativa com Sam Hart, da Quanta Escola de Artes. Foi bastante interessante e proveitoso, pois, apesar de não parecer, a narrativa é o que realmente vai determinar se sua HQ é boa ou ruim. Se pecar nela, você pode desenhar como Brian Hitch, mas sua história inevitavelmente irá falhar.
O que resultou dos exercícios da oficina foi uma bizarra história de quatro páginas com acidentes de trem, homem com fator de cura à la Wolverine, ninjas assassinos e o Godzilla. Pode não parecer, mas a história tem sentido e funciona que é uma maravilha! O desenho abaixo é a minha ideia para suposta capa da hq. É só o rascunho, porque você tem que fazer tudo no susto, e não dispõe mais do que alguns minutos para desenhar cada página. Mesmo assim, não dá pra dizer que ela não tem lá o seu charme...
Além da oficina, assisti a uma interessante palestra com Jeff Newelt, o clássico editor da American Splendor, que falou sobre o Pekar Project, e um documentário chamado Malditos Cartunistas, sobre a difícil profissão de fazer cartoon (ou cartum, como você preferir).
E também conversei com um monte de gente.
Entre elas, conheci o Danilo Beyruth, pai do Necronauta, que estava lançando no evento o excelente Bando de Dois (que vendeu feito pão quente às seis da tarde e já se tinha esgotado no sábado). Mesmo sendo difícil falar com o cara, tamanho o assédio, o gente-boa desenhou essa cabeça no meu exemplar do livro. E dedicou.
Conheci uma galera independente muito massa. O Vitor Cafaggi, autor do Puny Parker e um dos desenhistas do MSP 50, por exemplo, estava lá vendendo e autografando a prévia de seu The Cute Teens and The Lame Zombies, delicioso mix de garotinhas adolescentes fofinhas com zumbis cavernosos em uma peculiar cidade americana. Não falo mais para não estragar.
Cara bastante simpático. Outro da cena independente, e morador de Niterói, Denis Mello estava lá também vendendo seu zine altamente etílico, o Saidêra. Outro cara gente-fina. Comprei dois zines dele e ganhei outros dois de brinde, além desse desenho no A4. Uma pechincha.
Teve muito mais coisas, mas fica para outra hora.
Participei também da mesa da Impacto Escola de Quadrinhos (infelizmente, não tenho nenhuma foto para postar aqui), junto com Carlos Rafael, atual desenhista da Red Sonja para o mercado americano, e com Paulo Siqueira, que desenha uma das revistas do Homem-Aranha para a Marvel. Conheci o Paulo por acaso, na fila de autógrafos do Manara (o cara veio de São Paulo só pra isso) e conversei bastante com ele. Seu portfólio impressiona. Desenha muito. Não é à toa que está onde está.
Na mesa da Impacto, pedi logo um Homem-Aranha de uniforme negro para ele. Se liga no capricho:
Como eu disse lá no começo, a RIO COMICON 2010 foi ducarálho. Espero que não fique só nessa edição, e que ano que vem tenha mais. Como alguém já escreveu, é de eventos desse porte que o cenário nacional de quadrinhos precisa.
Fui.
E quem é o cara na foto?
ResponderExcluirValeu Tito! E putz, o Paulo Siqueira tava lá? Cara, fiquei com inveja de você agora. Muito massa o Aranha de uniforme negro.
ResponderExcluirO cara na foto é o Manara disfarçado para evitar o assédio.
ResponderExcluirE Vitor, valeu a visita.
Abraço.